Itens tinham diversas irregularidades e foram proibidos de serem vendidos no país 6a6v4k
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu e determinou o recolhimento de três marcas de pó para o preparo de bebida sabor café, produtos conhecidos como "café fake", no Brasil. A medida veta a fabricação, a distribuição, a comercialização, a propaganda e o consumo dos itens.
As marcas proibidas são:
Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café - Master Blends Indústria de Alimentos Ltda.
Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café Tradicional Marca Melissa - D M Alimentos Ltda.
Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café Preto Marca Pingo Preto - Jurerê Caffe Comércio de Alimentos Ltda.
Segundo a Anvisa, a decisão foi tomada após uma inspeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que verificou as condições de produção dos produtos. Nos três casos, foram constatadas as mesmas irregularidades.
Uma delas é o uso de matéria-prima imprópria para o consumo humano, contaminada com ocratoxina A, uma micotoxina produzida por fungos.
Além disso, a inspeção encontrou presença de matérias estranhas e com impurezas, denominadas incorretamente no rótulo como polpa de café e café torrado e moído, mas que na verdade eram cascas e resíduos de café.
As autoridades também encontraram contaminação no produto acabado, "indicando falhas nas boas práticas de fabricação, no processo de seleção de matérias-primas, e na produção e controle de qualidade do produto final", diz a Anvisa em nota.
Os rótulos dos produtos também estavam irregulares por conter imagens e informações que "podem causar erro e confusão em relação à natureza do produto, podendo levar o consumidor a entender que o produto se trata de café", finaliza a agência. Os "cafés fakes" devem ser recolhidos pelas empresas e não devem ser consumidos.
A medida afeta os cafés Melissa, do Paraná, Pingo Preto, de Santa Catarina, e Oficial, de São Paulo. Todos os lotes destes produtos devem ser recolhidos, e a resolução proíbe a comercialização, fabricação, distribuição e propaganda dos produtos. As marcas já haviam sido desclassificadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em maio, por apresentarem matéria estranha e fraudes na composição. A análise apontou ainda uso de ingredientes não permitidos para produtos vendidos como café.
Empresa de SC
Em nota encaminhada ao portal ND Mais, o Grupo Jurerê informou que o produto se tratava de “mistura para preparo de bebidas, regulamentado pela ANVISA através RDC 719/2022 (a qual revogou a RDC 273/2005), e não café torrado e moído”. A empresa, com sede em Florianópolis, informou ainda que “mesmo diante desta discussão acerca do café fake e devido ao término de fabricação deste produto, o saldo residual do lote 12025 do produto ‘Pó para Preparo de Bebida Marca Pingo Preto Sabor Café’ já foi recolhido do mercado até que sejam esclarecidos os fatos com os órgãos competentes”.
Café fake engana consumidor
Diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic) Celírio Inácio, afirma que o chamado “café fake” é composto por resíduos da lavoura, sem qualidade para consumo. “Café é feito do grão de café. Fora isso, é impureza e resíduo”, declarou à Agência Brasil.
Os fabricantes desses produtos visam enganar o consumidor por meio da rotulagem e da apresentação visual da embalagem que usava o café como elemento visual. A recomendação do governo é que os consumidores parem imediatamente de consumir os produtos interditados. O Mapa também orienta atenção redobrada na escolha, principalmente em marcas de baixo custo ou desconhecidas do público.